10 Considerações sobre Círculo negro de Catherine Fisher... Ou como o sentimento entre irmãos pode ser conflitante e dramático...

*Há uma grande probabilidade deste post conter SPOILER'S, se preferir não siga a leitura.

1 – Até onde você iria para salvar sua irmã?... A pergunta poderia substituir a indagação na capa, “Até onde você iria para fugir da sombra de seu irmão?”.

2 – A relação entre irmãos, desde os primórdios é conflituosa, e é sobre estes conflitos, muitas vezes obscurecidos por uma aparente tranqüilidade, e por um silêncio revoltado que trata Círculo Negro; Calada, Chloe se ressente do brilho do irmão, brilho este que lhe impulsiona ao desmundo, um lugar de onde pode não haver volta; Chloe, adepta às palavras, padece por não usá-las.

3 – Com certeza as três gotas ferventes de inspiração do caldeirão de Ceridwen respingam sobre os que lêem o livro, uma embriagante fonte que nos traga para o coração de mitologia Celta. O livro esta cheio de magia e fantasia numa dimensão onírica cheia de perigos, e artimanhas;

4 – Druidas que se metamorfoseiam em animais, árvores guerreiras, e um desmundo perigoso, e ao mesmo tempo atrativo para quem possa julgar sua vida monótona, é sem dúvida uma leitura inebriante e compulsiva;

5 – A fantasia e os seres muito bem descritos oriundos dos mitos celtas auxiliam para amenizar o drama durante a narrativa, que transcorre numa linha finíssima entre a vida e a morte; Ervilhaca, o poeta reúne em sua alma todas as lendas, e nos ensina muito sobre a magia e os mistérios dos Druidas, e sabe como ninguém o poder das palavras;

6 – Ervilhaca, por sinal, é um personagem cativante, misterioso, e heróico, um guia que surge no momento de maior necessidade, a última esperança de Rob;

7 – A trama é tensa. Entramos na história, como Rob submerge ao Desmundo. Vivenciamos a dor da família, e como o coma da filha Chloe muda a todos, ao ambiente, aos sentimentos... Podemos sentir a angústia em cada palavra descrita por Catherine Fisher;

8 – Se algo fica em aberto, é justamente a ligação entre a aparição do Círculo Negro, e o coma de Chloe... Quando damos por conta, tudo aquilo surge como fio de esperança de Rob, auxiliado por Ervilhaca na tentativa de salvar a irmã. Então a aparição arqueológica passa a estar intensamente ligada ao drama familiar de Rob, mesmo que não haja uma explicação para tal ligação;

9 – Chloe! Ah, Chloe! Por quantas vezes desejei-lhe dar umas palmadas... Uma menina ciumenta, às vezes prepotente, cujo silêncio só serviu para conturbar ainda mais a relação com o irmão... Não foram poucas as vezes que tive vontade de esganá-la!

10 – Para um pai de 02 filhos como meu caso, Círculo Negro foi bem mais que a leitura de um livro de fantasia. Pensar isto seria como menosprezar uma narrativa psicológica, que pode sim nos ensinar como é difícil esta relação entre irmãos, e de como a mínima coisa pode fazer uma das partes cogitar a morte como melhor companhia, do que o próprio sangue!









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